«<em>Voceses não me deslarguem</em>»
O Manel tinha sempre esta expressão, quando os grandes vinham dar-lhe calduços (uma espécie de palmada na cabeça, só porque sim) lá na escola. Ele fazia uns gestos violentos desequilibrava-se, agarrava-se a dois ou três colegas e dizia engrossando a voz como podia: «Voceses não me deslarguem, que eu vou-me a eles e nem sei o que lhes faço». Nisto, agarrava-se muito e vociferava impropérios enquanto via os grandalhões seguir o seu caminho. Era coisa que, evitando o confronto com quem lhe faria frente, dava do Manel a imagem do puto destemido, corajoso, mas benevolente, por não querer fazer mal aos rufias lá do sítio.
Passado o momento, o Manel seguia o seu caminho e dava calduços nuns mais pequenos que ele, e que não levantavam muito a garimpa.
O Manel não os enfrentava de facto, mas como fazia um grande espalhafato, até dava a ideia de que os grandes do grupo que parava atrás do pavilhão, tinham ali um opositor à altura.
Lembrei-me do Manel ao ouvir Manuel Alegre, no intervalo de uma reunião com militantes socialistas (já sei que não são todos e que até há quem se queixe de não ter sido convidado), dizer ameaçador, naquele tom poético a que já me referi nestas páginas, vocês «não me desafiem para coisas que é perigoso desafiar-me…».
Deixou assim no ar um aviso, depois de fazer o que, em entrevista ao DN, na passada semana, tinha dito que não faria, ou seja, agitar o milhão e trezentos mil votos das presidenciais, ao que se suspeita votados contra a orientação oficial do PS, como capital para exactamente fundar uma corrente de opinião socialista, dentro do Partido Socialista. Isto aparece um pouco esquizofrénico, não é?
Bem, com o tal capital, que já leva 2 anos, e com uma votação contra e meia dúzia de abstenções na Assembleia da República perante a política de direita do PS, Manuel Alegre decidiu agora, criar uma corrente de opinião socialista.
Depois de ter votado a favor de todos os Orçamentos de Estado, peças centrais da política de direita do PS, que se encarrega de dar calduços, mas dos fortes nos mais pequenos do país, de ter apoiado toda a espécie de malfeitorias deste Governo e de ver alguns dos seus colaboradores irem para postos em que já se comprometeram a prosseguir essa política (como é o caso da novel Ministra da Saúde), Manuel, o Alegre, vai avisando, «não me desafiem», que o «perigo é para eles, não é para mim».
Com tal estardalhaço, e tanta prosápia, fez-me lembrar o Manel. Haja alguém que não deslargue o Manuel Alegre.
Passado o momento, o Manel seguia o seu caminho e dava calduços nuns mais pequenos que ele, e que não levantavam muito a garimpa.
O Manel não os enfrentava de facto, mas como fazia um grande espalhafato, até dava a ideia de que os grandes do grupo que parava atrás do pavilhão, tinham ali um opositor à altura.
Lembrei-me do Manel ao ouvir Manuel Alegre, no intervalo de uma reunião com militantes socialistas (já sei que não são todos e que até há quem se queixe de não ter sido convidado), dizer ameaçador, naquele tom poético a que já me referi nestas páginas, vocês «não me desafiem para coisas que é perigoso desafiar-me…».
Deixou assim no ar um aviso, depois de fazer o que, em entrevista ao DN, na passada semana, tinha dito que não faria, ou seja, agitar o milhão e trezentos mil votos das presidenciais, ao que se suspeita votados contra a orientação oficial do PS, como capital para exactamente fundar uma corrente de opinião socialista, dentro do Partido Socialista. Isto aparece um pouco esquizofrénico, não é?
Bem, com o tal capital, que já leva 2 anos, e com uma votação contra e meia dúzia de abstenções na Assembleia da República perante a política de direita do PS, Manuel Alegre decidiu agora, criar uma corrente de opinião socialista.
Depois de ter votado a favor de todos os Orçamentos de Estado, peças centrais da política de direita do PS, que se encarrega de dar calduços, mas dos fortes nos mais pequenos do país, de ter apoiado toda a espécie de malfeitorias deste Governo e de ver alguns dos seus colaboradores irem para postos em que já se comprometeram a prosseguir essa política (como é o caso da novel Ministra da Saúde), Manuel, o Alegre, vai avisando, «não me desafiem», que o «perigo é para eles, não é para mim».
Com tal estardalhaço, e tanta prosápia, fez-me lembrar o Manel. Haja alguém que não deslargue o Manuel Alegre.